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Entrevista Completa Jânio Darrot para Jornal Diário da Manhã
“Encontrei só crise e caos” Prefeito diz que cidade estava paralisada quando assumiu o cargo.
Com uma suposta dívida de R$ 50 milhões como herança de Ricardo Fortunato (PMDB), o tucano Jânio Darrot (PSDB) diz com exclusividade ao Diário da Manhã que encontrou a Prefeitura de Trindade com os serviços públicos paralisados, sem atendimento na área de saúde, as ruas invadidas por buracos, salários dos servidores públicos atrasados e unidades escolares destruídas. “Uma cidade paralisada”, dispara.
Ele informa que não houve o processo de transição na administração entre a gestão passada e a nova administração. “Os números oficiais não foram revelados. Entramos totalmente no escuro”, reclama. Com uma receita mensal de R$ 9 milhões, ele gasta, hoje, em média, 40% com a folha de pessoal, espera captar recursos financeiros na Esplanada dos Ministérios e anuncia contratos e convênios com o governo do Estado.
Ex-deputado estadual, ele afirma ao DM que Marconi Perillo (PSDB) é o nome natural para a corrida ao Palácio das Esmeraldas no ano de 2014. Depois do ajuste fiscal de 2011 e da crise política de 2012, o governo estadual retomará o crescimento econômico, executará obras e serviços nos 246 municípios de Goiás, em particular em Trindade, e elevará o grau de aprovação popular à administração, aposta, animado o dirigente.
“Não há Plano B”, garante. Jânio Darrot insiste que o nome dele é Marconi Perillo. Pragmático, sugere a manutenção da chapa de 2010 que concorreu à Casa Verde, com o advogado democrata José Eliton na vice. Equilibrista na arte da política, não quer entrar “em bola dividida” e explica que a base aliada possui dois nomes com densidades política e eleitoral para a eleição ao Senado – Cyro Miranda e Vilmar Rocha – e recomenda unidade.
O prefeito de Trindade não acredita na unidade das oposições em Goiás – PT, PMDB, DEM, PSC, PSB, PDT. “Existe uma divisão muito grande entre eles”. Ele repete o mantra do tucanato goiano. “O senador Aécio Neves é a melhor opção do partido para enfrentar nas urnas eletrônicas do ano que vem a petista Dilma Rousseff”, adianta. É que, para ele, o ex-prefeito de São Paulo José Serra já teve as suas chances.
Príncipe dos sociólogos, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, pai do Plano Real, quer que o PSDB tome um “banho de povo”. Jânio Darrot concorda com a sugestão sociológica. “Menos em Goiás e em Trindade”, brinca, onde os tucanos derrotaram nas últimas eleições (2010 e 2012) os seus adversários políticos e ideológicos. Ele acha cedo para conversar sobre 2016, mas avalia que o futuro de 2018 está aberto.
Mercado
Nascido em Trindade no ano de 1955, ele é proprietário de uma confecção que fabrica produtos da marca Jean Darrot. A empresa, que possui 30 anos de mercado, gera 510 empregos direitos e mil indiretos. Veterinário, Jânio Darrot havia sido demitido da Emater, onde trabalhava, pelo “Decretão” de 1983 do então governador de Goiás à época Iris Rezende Machado (PMDB). Torcedor do Vila Nova, ele não crê no rebaixamento do Tigrão.
Leia a Entrevista na íntegra – Jânio Darrot
DM – Como o senhor encontrou a Prefeitura de Trindade em 1º de janeiro de 2013?
Jânio Darrot – Encontrei uma cidade paralisada. Todos os serviços suspensos. Na saúde, não havia médicos. Na Educação, ele (Ricardo Fortunato) havia retirado os guardas e as escolas foram destruídas. O mato invadia as ruas, que também estavam cheias de buracos.
DM – Os salários do funcionalismo estavam atrasados?
Jânio Darrot – O salário do mês de dezembro estava atrasado. No mês de janeiro, pagamos duas folhas: a de dezembro e a de janeiro.
DM – Houve o tradicional processo de transição, normal das democracias contemporâneas?
Jânio Darrot – Em Trindade não houve transição. Ele (Ricardo Fortunado, PMDB, ex-prefeito) não alegou nada. Os números oficiais de arrecadação, despesas, contratos, convênios, dívidas não foram revelados. Entramos totalmente no escuro.
DM – Qual a receita mensal da Prefeitura de Trindade?
Jânio Darrot – A receita mensal é de R$ 9 milhões.
DM – Qual o montante das dívidas?
Jânio Darrot – R$ 50 milhões (Com fornecedores, previdência social, previdência privada, etc).
DM – Quantos funcionários têm o município?
Jânio Darrot – Dois mil e qui-nhentos.
DM – Qual o porcentual da receita é gasto com funcionalismo?
Jânio Darrot – Em média, 40%.
DM – Quais os projetos programados para 2013?
Jânio Darrot – A Prefeitura de Trindade irá criar o Plano de Saúde dos servidores. Uma negociação está em andamento com o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores de Goiás (Ipasgo). Iremos assinar, até junho, um contrato para a construção de 1.400 imóveis (Apartamentos e casas populares). O investimento na rede de infraestrutura do município será ampliado. Em convênio com a Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop) vamos recuperar as principais ruas e avenidas da cidade. A meta é recuperar 630 mil metros quadrados na primeira etapa. Na segunda etapa, 310 mil metros quadrados.
DM – Qual a relação com o governo Federal?
DM – Quais obras e serviços serão feitas em parceria com o governo Estadual?
Jânio Darrot – A Prefeitura de Trindade já disponibilizou cinco áreas para a construção de cinco escolas Século 21. Mais: iremos implantar um ambulatório médico de múltiplas especialidades. A área da unidade será de 25 mil metros quadrados. Uma obra estimada em R$ 14 milhões. A licitação sai nos próximos meses.
DM – Marconi Perillo disse ao O Popular que pode não disputar 2014. Qual é a opção para a Casa Verde?
Jânio Darrot – Marconi Perillo é o candidato natural do PSDB e da base aliada para 2014. Mas, isso depende dele. Ele é movido a desafios. No momento certo, creio que ele irá tomar essa decisão. É preciso deixar claro que a sua prioridade em 2013 é administrar Goiás. Em 2014, acredito, ele está motivado.
DM – Existe Plano B?
Jânio Darrot – Não há Plano B. Acredito que não. O partido (PSDB) não abrirá mão de sua candidatura.
DM – Qual a melhor opção para a vice?
Jânio Darrot – A ordem natural é que seja mantida a chapa vitoriosa nas eleições de 2010, com Marconi Perillo e o advogado José Eliton, democrata, na vice. Apesar disso, a política é dinâmica e o processo caminha.
DM – Senado (Vilmar Rocha versus Cyro Miranda): que fazer?
Jânio Darrot – São dois grandes nomes para representar o Estado de Goiás no Senado. Nomes fortes, competitivos. Cyro Miranda, senador, é o candidato natural. Mas Vilmar Rocha é uma opção com densidade política e eleitoral e livre trânsito na base aliada e no PSDB, em particular. O PSD e Vilmar Rocha possuem legitimidade para integrarem a chapa majoritária de 2014.
DM – O senhor acredita na unidade das oposições em Goiás?
Jânio Darrot – Existe uma desunião e uma indecisão muito grande na oposição. O PT quer a cabeça-de-chapa. O PMDB também. Essa situação das oposições é favorável à base aliada. Uma coisa é certa: essa briga entre eles deixará sequelas.
DM – Aécio Neves ou José Serra?
Jânio Darrot – O PSDB entrará em 2014, na eleição presidencial, com muita força. O ex-prefeito de São Paulo José Serra já teve duas chances: em 2002 e no ano de 2010. Agora, acredito, o momento é do jovem senador Aécio Neves, de Minas Gerais.
DM – Qual a sua análise sobre o projeto de Eduardo Campos?
Jânio Darrot – Trata-se de um nome de respeito, mas acredito na força política e eleitoral do PSDB Nacional. O PSDB é de chegada.
DM – Dilma Rousseff é favorita?
Jânio Darrot – Falta muito tempo ainda para as eleições presidenciais.
DM – Há risco, hoje, de volta da inflação?
Jânio Darrot – É, hoje, a grande preocupação dos brasileiros, que aprovaram, em 1994, a adoção do Plano Real e elegeram e reelegeram Fernando Henrique Cardoso. Mas acredito que o governo federal irá mantê-la sob controle.
DM – Como o senhor vê a desoneração parcial da folha das empresas?
Jânio Darrot – A questão trabalhista pesa muito para o empresário. A desoneração é importante para o crescimento econômico, o desenvolvimento sustentável, a geração de empregos. Mas é preciso ampliá-la para todos os setores.
DM – Como o senhor vê a criação do Ministério da Micro e da Pequena Empresas
Jânio Darrot – É uma medida correta. Não tenho dúvida. União, Estados e municípios devem incentivar os micros, pequenos e médios empresários. É fundamental termos milhões de empreendedores.
DM – FHC diz que o PSDB precisa “tomar um banho de povo”: o senhor concorda?
Jânio Darrot – Em Goiás e no município de Trindade, não. O PSDB é popular. Mas em nível de Brasil acredito que sim. Acho que o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, no plano nacional, está certo, coberto de razão. Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o PSDB precisa identificar-se com o povo.
DM – Em 2016, a reeleição faz parte de sua agenda política?
Jânio Darrot – Assumi a Prefeitura de Trindade há 100 dias. O meu foco, hoje, é recuperar as finanças municipais, celebrar parcerias, captar recursos dos governos estadual e federal e executar obras e serviços de interesse público. 2016 somente em 2016.
DM – 2018: o senhor sonha em ser governador de Goiás?
Jânio Darrot – Aprendi uma coisa: em política existe fila. Grandes nomes do cenário estadual estão na minha frente. Tenho clareza, porém, de que o meu futuro político decorrerá do sucesso ou fracasso de minha administração em Trindade. Atualmente o meu foco objetivo é reconstruir a Trindade.
DM – Quando surgiu a Jean Darrot?
Jânio Darrot – Sou veterinário por formação. Em 1983, fui demitido da Emater pelo então governador Iris Rezende Machado. Sou filho de alfaiate (O seu pai é Juarez de Almeida Freire). Cresci em uma alfaiataria. Em 1984, abri em Trindade, onde nasci, uma confecção. Já no ano de 1988 criei a marca Jean Darrot.
DM – Quantos anos possui a empresa, em quantos municípios ela está instalada e emprega quantos funcionários?
Jânio Darrot – A confecção tem 30 anos de história no mercado. Ela está instalada em seis municípios: Goiânia, Trindade, Itaberaí, Alexânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia. Ela gera 510 empregos diretos e mil indiretos.
Fonte: Jornal Diário da Manhã